
Foto: Camila Helena
As bancas de jornais de todo o mundo passam por muitas dificuldades, que vão desde o fechamento de grandes revistas nacionais, a exemplo da editora Abril, que em agosto do ano passado fechou 10 títulos e demitiu cerca de 500 jornalistas, até a população leitora de notícias através de jornais, que agora se mantem informados pelas redes sociais e smarthphones.
Segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) no Brasil em dezembro do ano passado, a tiragem média de jornais foi de 736.346 exemplares por dia, o que significa uma queda de 146.901 mil se comparado ao mesmo período em 2016.
Com a queda no número de venda dos impressos, ficou insustentável manter sua banca, em Caruaru, apenas com jornais e revistas. Muitos donos de bancas, para manter seu ponto, tiveram que optar pelo aumento no número de produtos disponíveis para venda, que vai de jogos de azar até material escolar.

Foto: Paulo César
“Antigamente eu vendia muitos jornais, de todo tipo, hoje em dia tem semana que sai só um ou dois. Agora eu vendo confeitos também, doces e essas coisas aqui. Só pelo jornal não dá mais” dissertou o proprietário de um banco, Antônio José, que trabalha com banca de jornais há cerca de 60 anos.
De acordo com o historiador Urbano Silva, as bancas de jornais chegaram em Caruaru a partir da década de 70, e que o movimento de queda de faturamento desses locais e da derrocada das bancas, lembra o que aconteceu com o momento do discos em LP e da chegada dos CD’s. “Me lembra muito bem da época que o CD engoliu o LP, o venil, e depois o Pen Drive engoliu o CD” disse. O historiador ainda comentou sobre a visão para o futuro dos meios impressos “Em uma visão futurista, eu vejo que daqui a dois ou três anos, o meio impresso acabe de vez” finalizou.
A visão da própria população que consumidora de jornais, não é das mais animadoras, “Rapaz, deve se acabar logo, só quem comprava jornais são os idosos, os mais velhos, e olha eu aqui idoso de cabelo branco mexendo num celular” comentou o aposentado Lucilo da Silva, de 71 anos, que segundo ele, lia diariamente os jornais impressos, até a chegada dos smartphones.
“Hoje eu uso o celular, ainda agora tava lendo uma notícia sobre o presidente. Não tem por que gastar papel e dinheiro num jornal se eu tenho celular que me dá notícia mais rápido” finalizou.
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